sábado, 7 de janeiro de 2012

Renascendo das cinzas

Então, esse blog permaneceu inativo por uns tempos devido ao meu período de provas (sério, é tenso fazer mil provas do diabo, minhas jantas se resumiam a chocolate e café), natal, ano novo, reencontros familiares (também é complicado passar o ano todo fazendo faculdade em outra cidade e depois voltar pra casa, acreditem) mas em homenagem a uma amiga vou reviver o coitado.

Ainda em homenagem a ela, vou falar de um tema específico que ela me pediu: a autodepreciação de algumas figuras públicas em comerciais. Para isso, vou usar como exemplo alguns comerciais que circularam nos últimos meses na mídia.

Esse comercial, embora antigo, foi um dos mais vistos quando foi veiculado. A marca não aparece logo de início, o que acontece primeiro é a depreciação do Beto Barbosa, e a Skol entra como salvadora da pátria, no final. Apesar de óbvia a mensagem (a Skol é tão boa que supera os traumas causados pela dancinha ridicula), o comercial fez sucesso porque mostra uma figura conhecida, sendo ridicularizada com bom humor (nada de baixarias) e isso aproxima o produto do seu público. A grande (e perigosa) estratégia está aí: ridicularizar algo já conhecido para mostrar como o produto é superior. E o ridicularizado aceita esse papel na trama pois dessa maneira aumenta sua visibilidade diante do seu público.

Como já foi dito, a depreciação é bem feita. Não se fala "olha como tal pessoa é horrivel, não goste dela", e sim "olha como tal pessoa é tão sem talento que chega a ser engraçada. Ria com ela, goste dela". Nesse caso, a Bradesco Seguros se coloca no mesmo nível que o ridicularizado Byafra: só a Bradesco é tão eficiente quanto a terrível voz do Byafra para proteger o seu carro". Vale lembrar também que o produto vem como uma alternativa a algo fantasioso (você de fato NUNCA vai ter o Byafra cantando no seu carro), logo, na prática, o Bradesco Seguros é a única solução real disponível, e é justamente assim que se leva ao consumo. A ridicularização aqui é uma espécie de metáfora.

Já aqui, a ridicularização é uma antítese: o Fiat 500 é o oposto do Ricardo Macci e uma comparação: o Fiat 500 é tão eficiente quanto o Dustin Hoffman. Novamente, é uma forma inovadora de dizer que o produto é sensacional sem ser óbvio demais. Se fosse um típico comercial mostrando o carro nas ruas, com altas iluminações e closes nos diferenciais do carro, será que tanta gente prestaria atenção? Eu sinceramente acho que não. A mensagem continua a mesma: o novo carro é maravilhoso. O diferencial é que, dessa maneira, muita gente presta atenção E concorda com a mensagem. A ridicularização desperta a atenção do consumidor.

Finalmente, nesse comercial da Pepsi, produto mais jovem e descontraído, o Joel Santana cumpre uma função estritamente humorística, uma vez que ele já é amplamente conhecido pela sua falta de familiaridade com a língua inglesa.

Concluindo, as ridicularizações não prejudicam os artistas (muito pelo contrário, lhe rendem visibilidade) e acrescentam inovação e bom humor às campanhas.

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